Gestão Empresarial (Parte 1): Como não administrar uma pequena empresa

No mercado atual, vemos muitas empresas que começaram com uma ótima ideia, fechando as portas poucos meses depois ou, pior, mantendo as portas abertas com o faturamento no vermelho.

É claro que podem existir diversos fatores responsáveis pelo fracasso nos negócios, mas neste artigo vamos focar em um aspecto primordial: a Gestão Empresarial mal feita.

Primeiro, precisamos falar um pouco sobre “O que é gestão empresarial?”:

A Gestão Empresarial é o gerenciamento ou a administração de uma empresa.

Parece simples, não é? Mas não é bem assim.

Gerir ou administrar uma empresa não é uma tarefa fácil, mesmo para as pequenas empresas.

Um bom gestor concentra seus esforços em manter a empresa no caminho certo, em direção ao sucesso. Porém, vemos muitas empresas que se preocupam com alguns detalhes e não dão atenção a fatores mais importantes.

Abaixo descrevo alguns aspectos que identifiquei em algumas empresas, onde trabalhei como consultor, que atrapalham, e muito, o crescimento de uma empresa.

Muita cobrança e nenhum exemplo

Esse, provavelmente, seja um dos fatores que tem mais peso para o insucesso de uma empresa que está começando ou até mesmo uma empresa que já tem alguns anos de mercado, pois isso divide a empresa.

O chefe está sempre ausente. Só aparece para reuniões muito importantes e ainda chega atrasado para essas reuniões, que ele mesmo diz considerar importantes.

Além disso, esse mesmo chefe, quando vai até a empresa, chega depois do almoço, de mau humor, distribuindo grosserias e cobrando resultados.

E, no fim do dia, reúne todos os funcionários para cobrar deles comprometimento com a empresa.

Mesmo que a empresa fosse uma grande empresa, essa atitude não seria nada aceitável e, em se tratando de uma pequena empresa, isso é ainda mais grave.

Em uma empresa pequena, o chefe deve andar junto com os funcionários, tratá-los bem, ouvir suas sugestões e dar o exemplo de bom funcionário. Não adianta cobrar comprometimento de um funcionário se nem você que é o dono da empresa demonstra estar comprometido em seu dia a dia.

Terceirização de atividades fundamentais

Muitos podem achar que eu estou errado, mas acredito que seja um erro muito grave terceirizar uma área importante da empresa, como a área financeira, por exemplo.

A terceirização pode ser uma boa alternativa quando falamos de áreas, como o telemarketing, a TI e outras atividades que não estejam diretamente ligadas aos resultados da empresa.

Imagine que você tem uma empresa que está lutando para conquistar sua fatia no mercado e dar lucro e, de repente, seu sócio terceiriza a área financeira, ou seja, a partir de amanhã, todos os pagamentos a fornecedores e funcionários e todo o seu fluxo de caixa passa a ser controlado por outra empresa. O que isso lhe parece?

Na experiência que eu tive, a impressão que dava era que os proprietários queriam ter o mínimo de trabalho possível com aquela empresa, por isso, optaram por fazer essa terceirização.

A alterativa à terceirização completa da área seria contratar um consultor financeiro, com bastante tempo de mercado, e fazê-lo trabalhar dentro da empresa, sob a supervisão de um dos sócios.

Tratar o especialista como apenas mais um assistente

Este ponto é muito importante e muitos empresários ainda tem dificuldade em mudar sua maneira de pensar sobre o assunto.

Se você contratou um especialista, seja ele especializado em marketing, administração, propaganda ou qualquer outra área, você deve ouvir o que ele tem a dizer.

Vejo muitas empresas que contratam profissionais com boa experiência de mercado, formação e especialização em áreas as quais os donos da empresa não têm o menor conhecimento, mas mesmo assim, eles, os chefes, querem dar a última palavra. Isso prejudica o processo como um todo e pode ser um fator que levará essa empresa à falência.

Eu já tive experiência com um cliente que me contratou para dar consultoria de marketing para sua empresa que estava iniciando. Então, durante as férias, um dos sócios resolveu ler um pequeno livro sobre marketing e, quando ele retornou de suas férias, resolveu mudar todo o plano, como se ler um livro o tornasse especialista na área.

Não preciso nem dizer que essa empresa não existe mais, certo?

Em minha opinião, ler sobre o assunto é muito bom e é ótimo que o gestor, seja ele o gerente de uma área ou um dos sócios da empresa, leia sobre todos os assuntos e aspectos que podem afetar de alguma maneira o desempenho da empresa e, também, para conseguir entender um pouco melhor o que o especialista contratado diz em suas apresentações.

Porém, se você está investindo dinheiro da empresa na contratação de um especialista, talvez seja melhor deixá-lo fazer o trabalho dele e cuidar de outra área da empresa que, provavelmente, precisará da sua atenção.

Para finalizar, vale sempre lembrar: se o seu negócio não deu certo, a culpa não foi de nenhum dos seus funcionários, foi sua!

Confira, também, o artigo: Gestão Empresarial (Parte 2): O foco principal são as pessoas.


Autor: Jefferson de Baumont